domingo, 30 de maio de 2010

Wake Up Alone: Mal-Entendido

Wake Up Alone: Mal-Entendido

Mal-Entendido

Sim, conseguir descobrir onde você mora. E depois desse dia, tudo que penso, é que quero morar lá também. Todos os dias, mudo meu caminho, minha direção, só pra passar por lá. Esperando que em algum momento você saia pela porta ou simplesmente mostre-se pela janela. E talvez acene pra mim.

Mas tenho que me concentrar, para que tudo isso pareça apenas um mal-entendido. Uma coincidência. Um acaso. Pois não irá te trazer bem algum. Não acho que eu seje a única que te mereça, ou que você podería ter, mas sei que você só irá me ter. Que serei a única que desejará. Ou pelo menos, é nisso que eu devo acreditar...

E nunca me preocupei em pensar, se você gostaria de mim. Na verdade eu nem quero saber se você gosta. Se você ama alguém. Se você tem sentimentos. Eu quero preencher os meus. Então não me interessa saber se você não me quer. Isso não é uma troca, mas sim uma satisfação singular. Sou eu me satisfazendo e ponto. Se for esperto, entrará nesse jogo de morte súbita e aproveitará o máximo possível.

Nunca fui muito de me apegar, mas ainda guardo comigo uma caixinha, onde coleciono objetos de pessoas diferentes. Faz tempo, que dentro dessa caixa tem uma blusa que pertenceu à você. Às vezes eu a uso e fico ali, me olhando no espelho, tentando adivinhar o que você fez usando-a. Como foi que isso me invadiu? 

Me lembro de começar conhecendo seus amigos e quando vi, já estava conhecendo seus pais. Me lembro perfeitamente, deles dizendo que eu sou a melhor que você já teve. Talvez  não devessemos repensar? Ou será que sou eu que deva? O QUÊ? Já chegamos ao ponto que eu, sou quem começa a querer ser desejada?


Será que posso me abrir e me entregar inteira à você? Acreditar nas promessas de momentos felizes juntos? Será que você, pode acreditar em suas próprias promessas? Decidi que sim, eu tentaría! Enfim, peguei um casaco, entrei no meu carro e fiz o caminho que faço todas as noites, com a esperança de te ver. Mas dessa vez seria diferente, pois eu entraria em seu quarto, aceitaria tudo o que me dissesse e daí, sorriríamos.

Lá, te vi pela janela. Mas, de repente, pensei ter visto uma garota perto do seu abajur. Você acha realmente válido, depois de tudo o que fiz? Que depois de tantas noites passando pela sua rua, visse, pela janela que toda noite olhei, outra menina lá dentro? Outra menina ouvindo suas promessas? Ou ela somente está te divertindo um pouco? Tudo foi passando por minha cabeça, brigas contidas uma à uma. Suas desculpas cada vez piores. Mas estou disposta à acreditar. Eu realmente espero que tenha sido a sua irmã.

Talvez, tenha ficado um pouco difícil e confuso de entender. Não é que isso te traz algum bem, te faz sentir melhor. Só que me faz sentir bem, vendo sua cara de espanto, percebendo que o que você nunca pensou que eu podeira, agora você sabe que eu irei fazer. Que eu posso. Que eu estou fazendo. Estou sacrificando tudo o que disse. Estou pensando pluralmente agora. 1ª e 2ª pessoa do singular, se tornando a 1ª do plural em meus textos. Tá vendo? Posso sim fazer isso! 

E veja como faço bem!


































Mayra Czinski

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Invisível ?



Depois de todo esse tempo, possívelmente você ainda faz questão de não me notar. Talvez, eu seja realmente invisível e não possa ser vista. 

Isso é porque eu não sou como as outras, não é isso?Me desboto um pouco mais a cada dia. Nada pra conseguir, nada pra dizer.  Sentir? É difícil sentir, quando tudo que se sente é imediatamente entorpecido. Um misto de sentimentos, uma reviravolta interna, sinto meus órgãos "Down" todas as vezes em que te vejo e isso me deixa louca.


Continuo olhando pra você. Por favor, se esforce e tente examinar bem transparentemente, já que sou invisível. Apenas me diga, quem eu deveria ser, antes que você me note? Devo não significar nada. Completamente incolor. Invisível?

Se nada é verdadeiro e nada importa, o que eu continuo carregando, mesmo sem querer, dentro de mim? Algum tipo platônico de sentimento? Não sei, sinceramente não faço idéia, só sei que não o quero. Sei que isso nunca me fez bem, mas não consigo larga-lo.

Todas as minhas partes se espalham, como um espelho, ou um vidro qualquer quebrado... despedaçado.
Permaneço no exterior, olhando pra o interior. Dentro de mim... nossa sou uma confusão tamanha. Sou tudo em volta, mas não consigo entrar. Não sei distinguir o correto a ser feito e o errado. 

Como um caminho, uma trilha, uma estrada, poderia te levar ao longe. Mas o máximo que permito fazer neste caminho, é sair longe. 

O pior é que eu posso te ver, bem nítida e claramente sempre. Mas o que tenho que fazer para que você me veja, em minha condenada forma alva?

Por incrível que pareça, no meio de tanto nervosismo, dor, mágoa... você ainda me faz sorrir quando me encontra. As vezes, uma simples piscadela é o que sou digna de receber. Portanto percebo que você é quem  me bate com desprezo. Merecia um tapa de realidade e não uma carícia de ilusão, já estou farta desses carinhos.

Não posso ser real. Sim, sou invisível pra você, já percebi, obrigada! Cansei de tentar me mostrar pra alguém que não se permite me ver. 

Você passou e me deixou ainda aqui. O que devo fazer agora?  Só me diga isso. Não é muito a se pedir, é?
Já passou pela experiência de ser invisível para alguém que deseja? Posso afirmar que não é fácil. É triste, é deprimente sentir pena de si mesma, mas enfim, é o que me resta sentir. 

Andar nas ruas, por onde você passa e sentir esperanças de pelo menos te ver, sim, faço isso! Lembrar de momentos onde estavamos juntos só para ter a sensação de ser vista, sou craque nisso! Mas chega realmente a hora que cansa, doe, fere a ferida.  Porque que devo machucar o que já sangra?

Seria meio que agradável e até sarcasticamente engraçado, você finalmente poder me ver, quando já fosse invisível pra mim.
























Mayra Czinski






























quarta-feira, 3 de março de 2010

Capítulo I

Eu não estou escrita, então não posso ser lida.

Somente eu posso decifrar minha mente, em meio



 desse amontoado de idéias

Continuo indefinida, pois não seria bom definir um



gênero logo assim de começo.



Eu só estou começando.

A caneta está em minha mão, terminando
um não 



plano

Iniciando na
pagina branca uma história mágica, 


porém verdadeira

Deixei o sol iluminar as palavras que não poderia 



encontrar.

Permiti a fumaça me trazer, além de câncer, novos 



pontos fundamentais.




Buscando por alguma coisa distante,

Mas tão perto que até você pode provar.

Libertando minhas inibições, largando todas 



convicções

Escrevendo sem preconceitos e adornos.




Quando a chuva cair sobre a sua pele, sinta.

Ninguém mais pode sentir isto por você.

Quando o desejo te invade, somente você pode 



deixar-lo entrar

Ninguém mais pode dizer as palavras presas em seus 



labios

Embebedando suas palavras não ditas.

Viva sua vida com os braços estendidos




Saía, se arrume para mais um dia deste
livro

Conheça pessoas, troque idéias com elas

Assim você terá mais o que escrever.




Vista-se para encontrar aquela pessoa que você 



tanto procurou

Mesmo que ainda não tenha encontrado.

Ela pode aparecer num desses
capítulos.




Maqueie-se para enfeitar a
página.

Um livro sem
gravuras, sempre costumou ser chato.

Até mesmo para você.




Calce suas melhores botas, para poder descrever-las

Na pior
passagem, onde você não tem o que contar.

Nunca é bom deixar o
leitor entediado.







Eu quebrei tradições, mas algumas de minhas 



tentativas, estão nos próximos livros

Ou nas
páginas finais.

Essas são mais difíceis de serem criadas, mas não 



impossíveis.




Nós estamos condicionados as não cometer erros, 



mas eu não posso viver desse jeito

Os erros sempre tornam a
história mais 


emocionante,

Melhor ainda, quando tentamos aplaca-los.




Escreva um
livro com um final feliz e irá se 


decepcionar no final.

Escreva um
livro trágico e sua vida num drama se 


transformará.

Por isso tente não escrever o dia de amanhã.

Deixe que ele se escreva sozinho.




Mas sempre coloque na sua
folha em branco, o dia 


de hoje.

Inicie, e depois pare, olhe a sua volta e faça 



acontecer.







Hoje é quando seu livro começa


O resto não está escrito.






Mayra Dias Czinski

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tempestade de Palavras

Se toda nossa vida não fosse mais que uma corrida pela a vitória, fantástica pose de vencedores.
Então nós deveríamos ceder nossos troféus ao mar,
Pois diamantes parecem ser,
Apenas cacos de vidro para mim.

Se toda nossa vida não fosse mais que um filme de terror, assustadora pose de medo.
Então nós deveríamos parar de nos esconder debaixo dos cobertores.
Pois se esconder,
Pra mim, simplesmente parece temer algo.


Se toda a nossa vida não fosse um labirinto do Minotauro, complicada pose de retirada.
Então nós deveríamos desistir de buscar a saída,
Porque a saída, nada mais quer dizer
Do que fugir do que se enfrenta.


Mas então, chego ao ponto que até eu me pergunto,
Se o que eu escrevo, faz mesmo algum sentido?


Minha genialidade deixa a desejar na maioria das vezes,
No entanto aparece quando menos estou pronta,
Como uma tempestade de palavras,
Sem sentido, sem caminho, sem uma lição ao final.


Meus olhos ágeis, tentam captar todas as formas à minha frente,
Antes que meus olhos se inundem de água marinha e nada mais me faça sentido.
Antes que alguém se esqueça de cair para levantar.
Antes que alguém pense que não é preciso descer para subir.
Antes que não precise amar para odiar.


Enquanto passo o tempo escrevendo,
Enquanto ele se esvai por entre meus dedos,
Olho novamente para os meus pés planos e chatos e para meus joelhos curvos.

São minhas características.
Meus pensamentos podem se igualar a muitos outros,
Mas a pessoa que sou, de pés quadrados e joelhos salientes,
Me torna uma no meio de muitas.


E é, através de meus lábios alegres, secos e ríspidos, feitos de fios,
Que os mais
frágeis e também as mais fortes pensamentos se transformam em sons.
Como a mais fina
, que vira um robusto cachecol.

Eu sei que o mundo é cheio de falhas,
Mas abstraia suas
dores de cabeça, e chame-o de casa.

Destinada à aqueles que nunca bocejam, existe a Lua.
Destinada à aqueles que nunca passam despercebido, existe o palco.
Destinada à aqueles que nunca sabem o que pensam, existem o lápis e o papel





 Mayra Dias Czinski

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

P.Cormann

Duas metades, tão distintas e tão semelhantes.

Não preciso falar, pra ser compreendida. Com apenas um olhar, ela me decifra. 
Não preciso rir, pra que ela saiba que gostei.
Não preciso pedir, pra que ela faça.
Não preciso cantar, pra que ela complete a canção.
Não preciso temer, para que ela me diga "calma, vai ficar tudo bem agora!"

Quando uma precisa chorar, a outra precisa acolher.
Quando uma precisa rir, a outra precisa contar anedotas da vida.
Quando uma precisa dançar, a outra quer muito cantar.
Quando uma precisa falar, a outra deseja ouvir.
Quando uma resolve caminhar, a outra se levanta e segue junto.
Quando uma quer beber, a outra tem necessidade de comprar cervejas.
Quando uma não gosta de algo/alguém, a outra detesta.
Quando uma está quente, a outra vira gelo.

Fazemos revezamentos na janela,
Dividimos nosso tempo de acordo com a cronograma da outra,
Nos adaptamos à todas as necessidades
E as poucas diferenças, nos unem. 

Se meus sentimentos me corroem, a mente dela permanece lúcida.
Se ela desaba, eu me torno um muro
Se eu subo, ela se estica
Se ela desce, eu me encolho
Se ela se atrasa, meu relógio para, pra que ela me alcance
Se eu me sinto desprotegida, ela vira uma fortaleza
Se ela precisa de mim, visto a camisa " Posso ajudar? "

Somos como:
Cosme e Damião
Bob Esponja e Patrick
Pedro e Bino
Effie e Pandora
Mochila e Chumaike
Cristiano e Banhas
Zezé de camargo e Luciano
Mickey e Donald

Se fossemos Meredith Grey e Cristina Yang, eu citaria um capítulo qualquer, onde Cristina pergunta; "Porque você precisa tanto da minha opnião sobre o Mcdream?"
E então, Meredith respondeu; " Porque você é a minha pessoa! "
Mesmo assim, quero que saíba, que você é a MINHA PESSOA!

Mas como somos apenas; Mayra Dias e Pérola Cormann, eu lembro do dia em que alguém perguntou: " Vocês por um acaso nasceram grudadas? "
E eu respondi: " Não, nos grudamos depois! "
E que não tenha "banho maria" que nos desgrude!

Porque não quero jamais perder minha outra metade.

Te amo, amiga lazarenta, exu-mírim, iceberg da mamãe!
























Mayra Dias Czinski





quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu te amo


Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir


Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Seu paletó enlaça o meu vestido
E o teu sapato ainda pisa no meu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Meus seios ainda estão nas tuas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
(Chico Buarque)


Como...

Me sinto como se estivesse de pé, mas não andasse,
Como se andasse, mas não chegasse a lugar algum,
Como se chegasse a algum lugar, mas me perdesse
Como se me perdesse e não me encontrasse,
Como se me encontrasse, então fugisse
Como se fugisse, mas não me escondesse,
Como se me escondesse, daí aparecesse
Como se aparecesse, mas não fosse vista.


É como se me sentasse, mas não descansasse,
Como se descansasse, porém não adormecesse
Como se adormecesse e não sonhasse
Como se sonhasse, mas não acordasse
Como se acordasse e me deparasse sozinha.


Como se sozinha estivesse, e não me juntasse 
Como se me juntasse, mas me afastasse
Como se me afastasse, e não sofresse.


Mas se sofresse, me acolhesse
Se me acolhesse mas me abandonasse
Se me abandonasse, talvez chorasse
Se chorasse, me cansasse
Se me cansasse, enxugasse as lágrimas
Se ao enxugar as lágrimas, eu me levantasse
Se me levantasse e de pé ficasse


Como se estivesse de pé, e não andasse.






















Mayh Dias Czinski

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Receita do Dia

*


Parece que quando um ano novo se inicia, precisamos renovar as coisas que já estão se esgontando. Os amigos antigos; precisamos de novos, eles já nos cansaram. A rotina; já nos sufoca, precisamos criar uma nova. Os materias para construir um novo projeto de vida; acabam, temos que fazer uma lista de compras e irmos à primeira lojinha que vende o que precisamos.


Antes do 1º dia da nova história, nos olhamos no espelho e dizemos sempre as mesmas 5 palavras que repetimos todos os anos e que na maioria das vezes não se torna realidade; " Esse ano vou fazer diferente! ". Mas não será de um dia para o outro que nos tornaremos pessoas mais responsáveis, mais corretas, mais descentes, mais estudiosas ou menos bringuentas, menos antipáticas, menos autoritárias...


Por que todos acreditam que o sinônimo de um ano novo, é se tornar uma pessoa nova? É só mais um ano, um ano da sua vida, daquela vida que você tem desde que nasceu. Você não vai mudar porque mais um ano se inicia.


Isso é só uma lenda. São as questões da vida que mudam, as pessoas a sua volta, sua rotina, seus projetos, mas nunca VOCÊ. A única coisa que fazemos é nos adaptar aos novos acontecimentos.


Então da próxima vez que se olhar no espelho diga em vez de 5, 7 palavras : " Vou me adaptar sempres aos novos acontecimentos! "


Essa é a receita.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A notícia Ainda Não Saiu...

Manoel Cardoso dos Santos Júnior. Esse era o nome do corpo estirado no chão. Coberto por uma folha de papelão, deixou um pé da sandália pra trás. Estava de bruços, dormindo gostosamente sem travesseiro. Milhões de cones e luzes vermelhas, nenhuma novidade. 
Três dias antes havia saído a notícia de uma criança atropelada. Tava correndo atrás de pipa. A culpa é das férias, oras. Onde já se viu soltar pipa na rodovia? Mas o Manoel eu não sei não. Talvez o jornal diga que ele tava puto da vida e resolveu se matar. Talvez o motorista estivesse bêbado, mas é bem improvável; era uma rodovia. Rodovia é pra carro, não é? Então Manoel não tinha carro. É... porque se Manoel tivesse carro, ele teria sido o acusado por homicídio culposo. Manoel era negro, devia ser trabalhador. Ou era um vagabundo, drogado, bêbado. Se jogou no mar do asfalto e só. Quem liga? Rodovia é pra carro, não pra gente. Azar o dele. O jornalista vai pensar ‘mas que ideia, atravessar a rodovia à noite? Bicho burro!’. 
E Manoel não tinha carro. Às vezes, ele se revoltou porque não tinha carro e resolveu causar problemas sérios a um infeliz motorista de classe média dessa cidade feita de rodovias; feita pra carros. Feita pra quem tem carros. Minuciosamente planejada. Mas, quem liga? Quando viu o papelão, nem você ligou. Achou que era qualquer coisa sem importância. E não é? Quando virou a cabeça pra tentar matar toda sua curiosidade e viu o policial levantando a folha de papelão, você pensou ‘mas que ideia, atravessar a rodovia à noite? (apesar de saber que o soltador de pipas morreu à luz do dia) Bicho burro!’. 
Se o nome do corpo era Manoel Cardoso dos Santos Júnior, eu não sei. Se era trabalhador ou vagabundo, você também não sabe. Se ele queria, enfim, deixar a sandália pra trás ou foi a maior cagada da sua vida (ou morte, sei lá, tô confusa), a gente só vai descobrir amanhã.



(Mas que a biografia do Manoel não vai passar no Jornal da Globo, todos sabemos)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Deja Vú

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"Um dia qualquer, você conhece uma pessoa qualquer. Ela desperta um sentimento qualquer em um lugar qualquer. Sem mais delongas qualquer, ela some. 



Sua vida continua como uma vida qualquer. Vive sua rotina qualquer, com pessoas qualqueres ao seu redor.
Num dia não tão qualquer assim, o que se foi, volta como se nada qualquer tivesse lhes acontecido. E assim como se qualquer minuto à mais alí, tudo fosse desmoronar, ela desaparece para qualquer lugar.


E assim, como qualquer círculo, que sempre gira e sempre volta ao mesmo lugar, tudo se repete de novo... e de novo... E nunca acaba..."

Às vezes, parece como se ele fosse um step, ou algo em que se apoiar. Ele aparece quando precisamos, vai quando nos recuperamos e volta quando menos esperamos e mais desejamos.


Como um deja vú, os lugares são os mesmos, as falas são idênticas e a partida é inevitável. Como se fosse um script, com tudo decorado e cronometrado, sabemos que o final chegará na mesma hora de sempre.
Algumas vezes a esperança de que esse sentimento, irá durar um dia à mais, nos consome, mas não se realiza.
Talvez seja uma prova, pela qual temos que passar até um dia fazermos o certo, se não, ela se repetirá infinitamente. Como uma missão que precisa ser cumprida para mudarmos de plano, passarmos para a próxima fase...
Será um sinal, de que aquilo não é uma situação qualquer? De que devemos nos concentrar, estudar o momento e decidirmos o que fazer? Se devemos deixar partir ou se temos que lutar para que dure o máximo possível?


E será que algum dia, se nos perguntassem, se preferiríamos não ter passado por todo o sofrimento, corações partidos e as amarguras diriamos que sim? "Sim, eu preferíria não ter passado por nada disso!" Não! Isso seria só mais uma das dezenas de formas de nos enganarmos. Nunca mudariamos nada. Faríamos tudo de novo e de novo, quantas vezes fossem precisas para estarmos, pelo menos, vivendo algo tão forte e tão impetuoso. Mesmo que nada daquilo tenha nos feito bem.
Só que na hora do fim, tentamos ser duras, e até mesmo forjar uma partida nossa...

Paramos e percebemos que toda a vida tivemos muitas opniões... mas pra todas as coisas com péssimas razões. 
"Mas não mais!" Tentamos nos dizer... Percebemos que podemos pensar por nós mesmas, sem qualquer ajuda de ninguém.
Não importa o que digam... Partimos os próprios corações... mas partimos aos pouco, em várias parcelas.
Vemos, que tudo o que fizemos foi nos puxar e nos puxar pra baixo. Tentando ser uma outra pessoa que nem mesmo nós, conhecemos. Outra garota que nem mesmo eles encontraram.

E o que aconteceria se dissessemos: " Você não pode controlar minha vida!"?
O que fariam se os deixassemos hoje, sem arrependimentos e sem adeus?
O que fariam se dissessemos:" Não existe mais você e eu! "?
E será que conseguiriamos ir embora e os deixar aos prantos?
Nós não. Mas é exatamente assim que acontece no fim e só aí percebemos que a partida foi deles e não nossas.
Não sabemos o que nos acontece. Tentamos duro, mas não conseguimos acreditar. Não são mais os caras que pensamos conhecer. Porque chega o dia em que eles, não sente mais nada e dizem: " Vá em frente e chore! ".


A única icógnita, é, porque então. depois de muito ou pouco tempo essas mesmas pessoas voltam? E se vão novamente? E continuam sempre voltando e indo?


É um sinal sim! É um jeito de nos mostrar que ainda não está na hora, mas que essa hora um dia chegará!





Mayra Dias Czinski


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A Verdade


*
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Como diz em um filme, a verdade é feia. Porque ela pode acabar com esperenças de qualquer pessoa. Ela pode finalmente fazer você cair na real. E  finalmente seguir em frente. Pior do que saber a verdade, é ouvi-la


Hoje uma menina, ouviu uma verdade que sempre tentou não acreditar. Ela sempre soube que essa verdade era real, mas pela 1ª vez ela ouviu. O que fazemos quando essa verdade se torna concreta? Quando se descobre que não adianta mais mentir, porque essa sua verdade, é a verdade de todos


Ás vezes a ignoramos, por ser dolorosa, por ser dura ou triste. O que a menina ouviu hoje, foi doloroso, duro e muito triste, mas infelizmente era verdade e isso ela já sabia a muito tempo.


Achamos que mentir, para alguém ou para sim mesmo, é melhor em alguns momentos, porque mentir suavizará a realidade ou porque temos apenas medo de não mentir. Mas, a verdade sempre aparecerá, isso tenha certeza. Existem verdades que aparecem em minutos, ou dias, ou anos... mas sempre aparecem.


Então porque escondê-la? Porque preferimos nos enganar? A menina sempre se enganou, ou pelo menos tentou, mas não pode mais negar a si mesma a difícil realidade. 


Algumas, mudam o rumo de nossas vidas, o nosso jeito de ser, a forma como vemos as coisas, por isso temos medo de que ela apareça. Tememos mudanças trágicas em nossas vidas, então tentamos prolonga-las o máximo possível. Mas quanto mais tempo prolongamos, mas tarde se torna e quando nos damos conta... é tarde, perdemos muito tempo vivendo em uma mentira. Dá pra voltar a trás e desfazer o que fizemos de errado e tornar essa verdade em mentira? Depende. Mas o que essa menina ouviu hoje, não tem volta... já foi... tá feito... e agora já era!


A vida continua passando, com verdades, mentiras, falsas verdades, falsas mentiras... elas seguem, mas muitas vezes nós não. Se toda vez esperassemos a verdade aparecer para seguirmos em frente, perderíamos muito ou todo o tempo de nossa vida. E quando se tenta seguir em frente com uma mentira, não estamos seguindo em frente, mas também não estamos parados, estamos andando em círculos, dando voltas no eixo dela.


Essa menina, quando ouviu o que temia, parou de dar voltas em torno do seu temor. Ela aceitou os fatos e seguiu. Esqueceu uma mentira e agora esta vivendo a realidade das coisas!








O parágrafo acima, não tem nada verdadeiro. É uma nova invenção que ela quer acreditar. Não conseguirá por muito tempo, mas por enquanto vai ser melhor camuflar a dor


Só nunca se esqueça que a camuflagem cai um dia.













Mayra Dias















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