domingo, 30 de maio de 2010

Wake Up Alone: Mal-Entendido

Wake Up Alone: Mal-Entendido

Mal-Entendido

Sim, conseguir descobrir onde você mora. E depois desse dia, tudo que penso, é que quero morar lá também. Todos os dias, mudo meu caminho, minha direção, só pra passar por lá. Esperando que em algum momento você saia pela porta ou simplesmente mostre-se pela janela. E talvez acene pra mim.

Mas tenho que me concentrar, para que tudo isso pareça apenas um mal-entendido. Uma coincidência. Um acaso. Pois não irá te trazer bem algum. Não acho que eu seje a única que te mereça, ou que você podería ter, mas sei que você só irá me ter. Que serei a única que desejará. Ou pelo menos, é nisso que eu devo acreditar...

E nunca me preocupei em pensar, se você gostaria de mim. Na verdade eu nem quero saber se você gosta. Se você ama alguém. Se você tem sentimentos. Eu quero preencher os meus. Então não me interessa saber se você não me quer. Isso não é uma troca, mas sim uma satisfação singular. Sou eu me satisfazendo e ponto. Se for esperto, entrará nesse jogo de morte súbita e aproveitará o máximo possível.

Nunca fui muito de me apegar, mas ainda guardo comigo uma caixinha, onde coleciono objetos de pessoas diferentes. Faz tempo, que dentro dessa caixa tem uma blusa que pertenceu à você. Às vezes eu a uso e fico ali, me olhando no espelho, tentando adivinhar o que você fez usando-a. Como foi que isso me invadiu? 

Me lembro de começar conhecendo seus amigos e quando vi, já estava conhecendo seus pais. Me lembro perfeitamente, deles dizendo que eu sou a melhor que você já teve. Talvez  não devessemos repensar? Ou será que sou eu que deva? O QUÊ? Já chegamos ao ponto que eu, sou quem começa a querer ser desejada?


Será que posso me abrir e me entregar inteira à você? Acreditar nas promessas de momentos felizes juntos? Será que você, pode acreditar em suas próprias promessas? Decidi que sim, eu tentaría! Enfim, peguei um casaco, entrei no meu carro e fiz o caminho que faço todas as noites, com a esperança de te ver. Mas dessa vez seria diferente, pois eu entraria em seu quarto, aceitaria tudo o que me dissesse e daí, sorriríamos.

Lá, te vi pela janela. Mas, de repente, pensei ter visto uma garota perto do seu abajur. Você acha realmente válido, depois de tudo o que fiz? Que depois de tantas noites passando pela sua rua, visse, pela janela que toda noite olhei, outra menina lá dentro? Outra menina ouvindo suas promessas? Ou ela somente está te divertindo um pouco? Tudo foi passando por minha cabeça, brigas contidas uma à uma. Suas desculpas cada vez piores. Mas estou disposta à acreditar. Eu realmente espero que tenha sido a sua irmã.

Talvez, tenha ficado um pouco difícil e confuso de entender. Não é que isso te traz algum bem, te faz sentir melhor. Só que me faz sentir bem, vendo sua cara de espanto, percebendo que o que você nunca pensou que eu podeira, agora você sabe que eu irei fazer. Que eu posso. Que eu estou fazendo. Estou sacrificando tudo o que disse. Estou pensando pluralmente agora. 1ª e 2ª pessoa do singular, se tornando a 1ª do plural em meus textos. Tá vendo? Posso sim fazer isso! 

E veja como faço bem!


































Mayra Czinski

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