sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tempestade de Palavras

Se toda nossa vida não fosse mais que uma corrida pela a vitória, fantástica pose de vencedores.
Então nós deveríamos ceder nossos troféus ao mar,
Pois diamantes parecem ser,
Apenas cacos de vidro para mim.

Se toda nossa vida não fosse mais que um filme de terror, assustadora pose de medo.
Então nós deveríamos parar de nos esconder debaixo dos cobertores.
Pois se esconder,
Pra mim, simplesmente parece temer algo.


Se toda a nossa vida não fosse um labirinto do Minotauro, complicada pose de retirada.
Então nós deveríamos desistir de buscar a saída,
Porque a saída, nada mais quer dizer
Do que fugir do que se enfrenta.


Mas então, chego ao ponto que até eu me pergunto,
Se o que eu escrevo, faz mesmo algum sentido?


Minha genialidade deixa a desejar na maioria das vezes,
No entanto aparece quando menos estou pronta,
Como uma tempestade de palavras,
Sem sentido, sem caminho, sem uma lição ao final.


Meus olhos ágeis, tentam captar todas as formas à minha frente,
Antes que meus olhos se inundem de água marinha e nada mais me faça sentido.
Antes que alguém se esqueça de cair para levantar.
Antes que alguém pense que não é preciso descer para subir.
Antes que não precise amar para odiar.


Enquanto passo o tempo escrevendo,
Enquanto ele se esvai por entre meus dedos,
Olho novamente para os meus pés planos e chatos e para meus joelhos curvos.

São minhas características.
Meus pensamentos podem se igualar a muitos outros,
Mas a pessoa que sou, de pés quadrados e joelhos salientes,
Me torna uma no meio de muitas.


E é, através de meus lábios alegres, secos e ríspidos, feitos de fios,
Que os mais
frágeis e também as mais fortes pensamentos se transformam em sons.
Como a mais fina
, que vira um robusto cachecol.

Eu sei que o mundo é cheio de falhas,
Mas abstraia suas
dores de cabeça, e chame-o de casa.

Destinada à aqueles que nunca bocejam, existe a Lua.
Destinada à aqueles que nunca passam despercebido, existe o palco.
Destinada à aqueles que nunca sabem o que pensam, existem o lápis e o papel





 Mayra Dias Czinski

3 comentários:

  1. Caara, ficou EXELENTE , sério! porra, tava inspiradaça né, do fuundo da alma essa ! adorei, de verdade e já li umas 3 vezes seguidas ! beijos exu-mirin !

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  2. Caara, ficou EXELENTE , sério! porra, tava inspiradaça né, do fuundo da alma essa ! adorei, de verdade e já li umas 3 vezes seguidas ! beijos exu-mirin !

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  3. Muito bom, Mayra!
    Enquanto a gente fica se perguntando se faz sentido, quanta coisa deixamos de escrever (e dizer e viver)...
    Você, ao contrário, resolveu aceitar a tempestade de palavras, deixou-se molhar e veja o que saiu!
    valeu,
    bj
    prof. lorenzo

    ps.: não maltrate seus leitores: dê um espaço maior entre as linhas!

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